Restrospectiva anual?

Mais uma vez no trabalho, depois de pilhas de faturamentos e caixas…

Já pararam pra pensar em como o fim de ano borbulha de futilidade?
Muitas pessoas passam o ano inteiro, sem se comover, sem sentir pena ou dor pelo sofrimento alheio,
mas no natal e ano novo, a sensação de”fim”, faz algumas pessoas se tranformarem por alguns
instantes em “damas bondosas de caridade”.
Não vou ser hipócrita, gosto de fazer compras,de dar presentes e mandar msg positivas pras pessoas que eu gosto nessa época, apesar de me sufocar com o teor comercial de tudo isso.

Mas tudo isso é pra falar de um fato que me ocorreu semana passada.
Meu pai trabalha no Hospital Walfredo Gurgel e fuicom elelá esses dias.
Me senti mal, e mal por me sentir assim também.
Meu coração se reduziu a uma sementinha de goiaba de tão apertado e angustiante que é aquele ambiente. Sempre que vou lá me pergunto: Por que diabos eu tenho do que reclamar?
Pra aquelas pessoas, pouco importa se é natal, ano novo.
Elas só querem sobreviver…
A senhora sem a perna..
A criança choramingando..
O homem baleado..
O senhor da UTI.
E até o que já estava apenas sair flutuando dalí de longe deveria está querendo que seu corpo fosse retirado dalí.
Todos querem sair daquele corredor de lamentãções e dores.
Pra alguns deles o natal e ano novo significa mais que uma data comercial ou uma futilidade, como eu arrogantemente afirmei.
Pra eles vem a esperança, de nessas datas o milagre acontecer.
Tudo que alguns querem é está em casa pra comer o peru de natal!

Me sinto muito pequena em pensar nisso. Do tamanho de nada.
Por que a importancia e o significado de cada fato, data, momento é extremamente individual e depende de uma infinidade de coisas.
Por isso nem eu, nem vc, ninguém pode falar do significado das coisas sem deixar claro seu carater pessoal.

O negócio e desejar o bem e não tapar os olhos pra realidade o ano todo, e não só na restropectiva anual!

“”Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”

– Voltaire –

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